segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O Estudo no Diário de Aveiro

Cátia Oliveira, psicóloga clínica, terapeuta sexual e investigadora da SexLab, na Universidade de Aveiro, está a estudar os determinantes psicossociais da dor sexual na mulher ROSTO DA SEMANA
Entrevista por Carla Real – Diário de Aveiro

PARA PARTICIPAR NESTE ESTUDO, DEVEM ACEDER À PÁGINA DO SEXLAB, EM WWW.UA.PT/SEXLAB. OS QUESTIONÁRIOS SÃOCOMPLETAMENTE ANÓNIMOS

Cátia Oliveira tem 31 anos e reside em Coimbra, onde se licenciou em Psicologia Clínica. Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, encontra-se a finalizar o doutoramento, sob orientação de Pedro Nobre e Sandra Vilarinho. Investigadora da Unidade Laboratorial de Investigação em Sexualidade Humana (SexLab), na Universidade de Aveiro, Cátia Oliveira é, ainda, terapeuta sexual, creditada pela Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica. 


Qual o grande objectivo deste estudo?
É contribuir para uma compreensão do perfil psicossocial das mulheres portuguesas que apresentem dor sexual, através da análise de variáveis como o afecto, crenças, pensamentos, auto-estima e auto-estima sexual, factores relacionais, funcionamento sexual, capacidade para ser “mindful” e diferentes características relacionadas com a dor. Pretendemos, igualmente, perceber se o perfil destas mulheres estará mais próximo da dor crónica ou de outras dificuldades sexuais. 


Quais as causas deste problema na mulher?
A investigação tem mostrado que são vários os factores que podem estar na base da dor sexual, nomeadamente factores orgânicos e factores psicológicos. Em termos de factores psicológicos, mais relacionados com os objectivos deste estudo, pode haver uma inadequada educação sexual, que pode levar ao desenvolvimento de crenças conservadoras, atitudes negativas face à sexualidade, pensamentos negativos e também emoções negativas. Também uma baixa auto-estima geral e sexual, outras dificuldades sexuais, dificuldades no relacionamento com o parceiro, a presença de outras perturbações psicológicas e a forma como se lida com a própria dor podem desencadear ou manter esta problemática.

Como é que pode ser contornado?
Existem algumas estratégias de intervenção para lidar com as questões da dor sexual, nomeadamente, o uso de medicação, a fisioterapia e, por vezes, o recurso à cirurgia. Em termos psicológicos, existem alguns protocolos de intervenção terapêutica que se baseia na Terapia Cognitivo-Comportamental. Uma das nossas hipóteses é que o “Mindfulness” (que é uma abordagem mais recente da Psicologia Clínica) e a capacidade para ser “mindful” (que consiste em prestar atenção às experiências do momento presente com uma postura de curiosidade e não reactividade) seja uma variável importante nas mulheres que apresentam um problema de dor sexual, podendo vir a ser incluída em futuros protocolos para o tratamento.

Como está a decorrer a adesão das mulheres ao questionário online?
Estamos a recolher quatro grupos distintos de mulheres, nomeadamente, mulheres com dor sexual, mulheres com dor crónica, mulheres com outras dificuldades sexuais que não a dor crónica e mulheres sem nenhuma destas problemáticas. Temos tido bastantes participações ainda que continuemos com dificuldades em obter colaboração de mulheres com dor crónica. É fundamental termos informação sobre este grupo de mulheres para podermos atingir todos os objectivos a que nos propomos, pelo que continuamos a apelar à sua colaboração.

Como se explica que este tema ainda seja tabu nos dias que correm?
É um facto que  a temática da sexualidade está actualmente bastante presente no nosso dia-a-dia, principalmente,  através dos diferentes meios de comunicação social. Isso não significa, contudo, que a informação que nos chega seja a mais correcta e realista, contribuindo para a formação de crenças e atitudes sobre a sexualidade desajustadas.  Este facto contribui para que diferentes temáticas relacionadas com a sexualidade continuem tabu, entre as quais as dificuldades sexuais.

A partir de que idade é que as disfunções sexuais femininas mais se manifestam?
 É difícil apontar uma idade, quer devido à especificidade de cada disfunção sexual, quer pelo facto de os próprios estudos serem escassos e  apresentarem ainda muitas limitações metodológicas. As diferentes disfunções podem estar presentes desde o momento em que a  mulher se torna activa sexualmente ou pode surgir mais tarde, após um período de funcionamento normal. Por exemplo, enquanto que as dificuldades ao nível do desejo e excitação tendem a aumentar com a idade, o Vaginismo tende a surgir em mulheres muito novas, muitas das vezes quando iniciam a sua vida sexual. Mais especificamente em relação à dor sexual, estudos apontam para uma prevalência de dor sexual de 12 a 21% em mulheres dos 18 aos 75 anos de idade. Em Portugal, estudos apontam  para valores de 5 a 35%.

Como define a abordagem das mulheres que procuram a sua ajuda?
Cada caso é um caso, mas, de uma forma geral, quando estas mulheres procuram a consulta, têm noção das suas dificuldades e da respectiva interferência na sua qualidade de vida sexual e geral. No entanto, existe diferença entre as mulheres que possuem, por exemplo, pouca informação e cuja dificuldade é ignorada ou desvalorizada por outros profissionais de saúde, das mulheres que possuem um bom acompanhamento multidisciplinar.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Mulheres com Dor Crónica

Têm sido muitas as mulheres portuguesas a contribuir, através do preenchimento de questionários online, para estudo "Determinantes Psicossociais da Dor Sexual na Mulher"que se encontra actualmente a decorrer no SexLab da Universidade de Aveiro. 

Este é um estudo que pretende abordar a dor sexual e crónica na população feminina portuguesa e cujo o sucesso  depende, neste momento,  da colaboração de mulheres que apresentem dor crónica.

Fazemos assim o apelo à sua participação e também à divulgação por parte de amigos e familiares de mulheres que apresentem dificuldades relacionadas com a dor. 
Para participar e obter mais informações sobre o estudo basta aceder à página online do SexLab (www.ua.pt/sexlab) ou aceder directamente ao linkhttp://wsl2.cemed.ua.pt/dpdsm/

Poderá ouvir mais sobre este projecto, clique aqui.